A busca por emagrecimento nunca foi tão intensa. Entre dietas da moda, rotinas de treino e novos medicamentos, o tema ocupa conversas, manchetes e consultas médicas. A questão, no entanto, continua a mesma: vale mais a pena emagrecer com remédio ou sem remédio?
Com a popularização dos agonistas de GLP-1 (como Mounjaro, Wegovy e Ozempic), essa dúvida se tornou ainda mais relevante. Afinal, são soluções científicas que realmente funcionam, mas também exigem acompanhamento, ajustes e responsabilidade.
Mais do que comparar abordagens, é preciso entender o que cada uma representa e quando cada caminho é mais indicado.
Conteúdo
O cenário atual do emagrecimento
O sobrepeso e a obesidade são hoje considerados problemas de saúde pública global. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, mais de 1 bilhão de pessoas no mundo vivem com excesso de peso, o que aumenta o risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e hipertensão.
Nesse contexto, os medicamentos para emagrecimento deixaram de ser vistos como atalhos e passaram a ocupar espaço dentro do tratamento médico estruturado. O avanço da ciência e o desenvolvimento de novas moléculas permitiram resultados consistentes, especialmente para pessoas com dificuldade de perder peso apenas com dieta e exercício.
Mas ainda há muita desinformação (e, principalmente, muita pressa) quando o assunto é emagrecer.
O papel dos medicamentos: tecnologia e resultado
Os fármacos à base de GLP-1, como o tirzepatida e a semaglutida, revolucionaram o tratamento da obesidade. Eles atuam regulando o apetite, retardando o esvaziamento gástrico e promovendo uma sensação prolongada de saciedade.
Estudos mostram que os pacientes que utilizam esses medicamentos, aliados a acompanhamento nutricional e psicológico, conseguem perder entre 10% e 20% do peso corporal em poucos meses.
Na Omens, o texto sobre mounjaro e ozempic explica detalhadamente as diferenças entre as principais medicações do mercado, como elas agem no organismo e em que casos cada uma é mais indicada. A escolha do remédio certo e da dose correta faz toda a diferença entre o sucesso e o risco.
Esses medicamentos, porém, não são isentos de efeitos colaterais. Náuseas, desconforto abdominal e constipação são comuns no início do tratamento. E há um ponto fundamental: eles não curam a obesidade, apenas ajudam a controlá-la enquanto o uso é mantido.

Wegovy no Brasil: avanço e cautela
A chegada do Wegovy no Brasil marcou um novo capítulo na discussão sobre o emagrecimento medicamentoso. O produto, já aprovado em diversos países, trouxe expectativa para pacientes e profissionais de saúde que aguardavam uma opção segura e com eficácia comprovada.
Com doses ajustáveis e efeito duradouro, o Wegovy (semaglutida) oferece resultados expressivos, mas também requer acompanhamento médico rigoroso. A automedicação e o uso sem prescrição continuam sendo os maiores riscos.
Especialistas alertam que a pressa por resultados rápidos pode levar ao uso indevido, aumentando a chance de efeitos adversos e abandono precoce do tratamento. O emagrecimento saudável ainda depende de constância e de uma mudança de hábitos sustentada.
E o emagrecimento sem remédios?
A discussão não é sobre rejeitar a medicina, mas sobre reconhecer que ela não é o único caminho. A perda de peso sem medicamentos continua sendo eficaz e, em muitos casos, o ponto de partida ideal.
A reeducação alimentar, o aumento da atividade física e o controle emocional são pilares fundamentais. Estratégias como o jejum intermitente, a dieta mediterrânea e o acompanhamento com nutricionistas continuam mostrando bons resultados para quem busca equilíbrio.
Segundo um artigo publicado no Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, intervenções baseadas em mudanças comportamentais e acompanhamento multiprofissional podem gerar reduções de 5% a 10% do peso corporal em seis meses: resultados próximos aos obtidos com alguns medicamentos, mas com maior manutenção a longo prazo.
Além disso, métodos naturais trazem benefícios adicionais: melhora do sono, regulação hormonal e fortalecimento da relação com o próprio corpo.
Com remédio ou sem remédio: o papel do comportamento
A ciência mostra que o maior desafio não está em perder peso, mas em manter os resultados. O corpo tende a buscar equilíbrio e, após a perda, reduz o gasto calórico e aumenta a fome, um mecanismo natural de autopreservação.
Nesse sentido, os medicamentos podem funcionar como um apoio temporário, mas o comportamento é o fator que sustenta os resultados. A educação alimentar, o gerenciamento de estresse e o acompanhamento psicológico são tão importantes quanto qualquer medicação.
Uma pesquisa publicada no Observatório Latino-Americano reforça essa visão ao apontar que a adesão a hábitos saudáveis, quando acompanhada de suporte emocional, reduz as chances de reganho de peso em até 60%. O estudo também mostra que a abordagem combinada (medicamento + mudança comportamental) oferece os resultados mais duradouros.
O foco, portanto, deve ser o equilíbrio: usar a ciência a favor do paciente, sem substituir a responsabilidade pessoal por uma solução rápida.
Quem deve usar medicamentos para emagrecer
Nem todo mundo precisa (ou deve) usar medicamentos. As diretrizes internacionais recomendam o tratamento farmacológico apenas para pessoas com:
- Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 30 (obesidade), ou
- IMC acima de 27 com presença de doenças associadas, como diabetes ou hipertensão.
Para quem está fora desses critérios, o risco pode superar o benefício. Além disso, a interrupção abrupta do uso pode causar o chamado “efeito rebote”, com reganho rápido de peso se não houver suporte nutricional e psicológico.
Por isso, o acompanhamento médico é essencial: não apenas para prescrever, mas para orientar sobre o momento certo de iniciar e de encerrar o tratamento.
Quando a escolha é sem remédio
Para muitas pessoas, o emagrecimento sem remédio é mais do que possível, é sustentável. Ele exige constância, mas traz resultados mais estáveis e menor dependência.
O processo pode ser mais lento, mas costuma gerar aprendizado sobre o próprio corpo e autonomia para lidar com recaídas. Além disso, não há efeitos colaterais, e o foco se volta para o bem-estar integral.
Dietas restritivas e métodos radicais, por outro lado, tendem a ser insustentáveis e podem gerar compulsão alimentar. O segredo está no equilíbrio, não na pressa.
Conclusão
A pergunta “emagrecimento: com remédio ou sem remédio?” não tem resposta única. O melhor caminho depende do histórico de saúde, do comportamento e das metas de cada pessoa.
Medicamentos como mounjaro ou ozempic e Wegovy no Brasil trouxeram avanços inegáveis na medicina da obesidade, mas devem ser vistos como ferramentas, não como milagres.
O Brazilian Journal of Implantology Health Sciences e o Observatório Latino-Americano reforçam o mesmo ponto: o emagrecimento sustentável nasce da união entre conhecimento científico e mudança de comportamento.
Em resumo, o medicamento pode iniciar o processo, mas é o estilo de vida que o mantém. E o verdadeiro sucesso está em transformar o corpo sem perder o equilíbrio entre saúde e propósito.